quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Agora crianças, vamos desconstruir

Eu queimarei com chamas de revolta todo o meu corpo.
Eu chorarei todas as lágrimas venenosas que os meus olhos suportarem.
Eu serei eu mesmo e amarei meu corpo por ser louco e,
totalmente disforme da beleza e consciência.
Destruirei a estética que pré diz o que devo fazer, comer, vestir e a quem amar.
Cuspirei na cara dos que dizem que o meu corpo foi feito para a reprodução.
Ou que sou gay, bi, hetero, monogâmico, mazoquista, homem, mulher, puta ou
qualquer merda criada pelo consumo e imposto para mim como escolhas que,
 não passam de rótulos para encarcerar e transformar em produto meu corpo        
e o meu amor.
Nenhum "demônio" roubará o que sinto nem conduzirá meus sentimentos para o abismo.
Serei eu mesmo, mesmo que tudo diga que não o sou.
Me apoiarei. Me amarei.
Serei gordo, serei magro, e isso não faz diferença porque meu corpo é livre para
tomar as dimensões que deseja.
Todos se afundaram na dor do esquecimento.
Eu, lembrarei que não sofro e que não preciso esquecer de nada.

 Serge y Komarov    

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