quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

" Libert@ em vida"

Doce azedo de cílios longos de jambo.
Caídos no chão.
Cor de rosa...
...em um dia úmido de uma realidade atemporal.
Qual era mesmo o meu personagem?

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Odeio maridos!
Odeio esposas!
Odeio cientistas!

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Ideia

Todos chamam de "fazer meu trabalho",
alguma forma de constranger ou humilhar alguém.
Mas o que seria "trabalho", senão isso?


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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Estamos conectados todo o tempo. Menos, uns com os outros.



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Ghost bike

Naquela esquina,
um carro assassinou um garotinho de cinco anos, quando estava indo para a escola sentado no bagageiro da bicicleta do seu tio.
Todos esqueceram.
A mãe não!
No lugar do assassinato, apenas uma bicicleta pequena e branca foi deixada.



NOTA:  Um inocente foi preso e torturado psicologicamente.
O pai da criança chorou de remorso por sua ausência na vida do filho.


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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Desenho...
do mundo que passa,
que desce e sobe,
que engole e te cospe em alguma viela com latas vazias de uma pedra de crack fumada na noite passada.
Desenho...
do irreal,
que ocupa minha mente que depende do ponto de vista,
de entrada e de saída.
Existem estrelas nessa fumaça inebriante que surge no teu narguilé.
Desenho...
o torto e o inacabado,
sem lápis ou pincel.

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Sem título...

Preciso esquecer,
lembrar de esquecer o ausente,
presente na memória oculta.


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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cabeças de concreto

Do lado de cá onde eu moro, não se pode mais ver o sol se pôr.
Do lado de cá onde eu moro,
construíram um prédio imenso,
onde não se pode mais ver o sol se pôr.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Bestas

Duas bestas selvagens se cheirando.
Cheirando ambas todo o corpo nu e despreocupado com qualquer pelo ou pele.

Janis Raitums

Na escuridão da noite é onde me torno menos humano e mais selvagem.





Rizoma

Hoje acordei com um sentimento de que preciso deixar um pouco o convívio social. 
Apesar de não me sentir assim.
Preciso de terra para plantar. Não quero continuar somente comprando.
Um lugar para deixar minha máquina e meus tecidos e costurar quando me der vontades.
Um lugar em que eu não tenha que conter meus gritos no momento em que faço amor.
Eu anseio isso.
E hoje anseio muito mais!


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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Luzia...

Luzia, sentia-se tão diferente quando se aproximava de sua paixão,
que sentia asas em suas costas.
Marcela, sentia a mesma coisa por Luzia.
As vezes, elas tinham que voar juntas para se sentirem livres.


Foto: sansprisonsbordados.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Perfume, sabor veneno

O silêncio foi rompido por um tapa na cara que ela não merecia.
Ficou muda.
Pensou que talvez tenha dado motivos.
Eles se amavam e brigas são normais entre os que se amam.
...
Será?
Pensou ela em seguida.
O dia foi longo. E ter que trabalhar foi mais estressante ainda.
Ela chegou cedo e preparou o jantar.
Ele chegou tarde, bêbado e jogou o jantar pela janela.
Hora de dormir.
Ele queria.
Ela não!
Naquela noite ela descobriu que o "amor" também viola. E que um não, não é resposta.
"Mas, acho que ele tem direitos".
Pensou ela.
Não sabia ela que provas de "amor" iguais aquela seriam constantes.
Os dias passavam e ela sentia-se cada vez mais só e chorava no escuro com mais frequência.
Tudo era motivo para que ele se zangasse.
Uma roupa "insinuosa".
Uma olhada.
Um sorriso.
Um minuto de atraso.
Sua vida era uma angustia completa. Não tinha filhos e nem os queria!
"O munda já tem desgraçados de mais."
Pensava ela.
Um dia, depois de uma longa noite de espancamentos, algo gigantesco dentro dela nasceu!
Não sabia ao certo o que era, mas de alguma forma sentia-se viva.
Cheia de hematomas, mas viva!
Sabia que não adiantava reclamar.
Denunciar.
Fugir.
Não adiantava nada disso!
Sua mãe passou a vida todo sendo espancada pelo seu pai.
E cuidou dele na doença até a morte.
Silenciosamente, começou a executar seu tão determinado plano.
Os dias se passavam e ele a tratava com mais desprezo.
Os espancamentos também aumentaram. Mas ela continuava silenciosa. Silenciosamente ativa.
Dois dias mais se passaram.
Em um domingo pela manhã ela despertou.
Ele não.
Ela foi para a cozinha preparar o café da manhã com tudo o que ele mais gostava.
Voltou ao quarto para desperta-lo.
Uma mancha imensa de sangue empapava toda a cama de brancos lençóis.
Pensou:
"Desgraçado!
Comeste pó de vidro vários dias! Você não me espanca mais!
Você não me estupra mais!
Você não existe mais!"
Agora, tudo seria diferente!
Ninguém jamais suspeitaria dela. Estava livre!
De súbito ela despertou. Sentiu que tudo não passava de  um deja vu de lembranças futuras.
Algo relacionado ao seu estupido namorado.

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Xilofone solar

Um fragmento de luz solar refletiu nos meus óculos escuros.
Em uma fração de segundos vi meus cílios microscopicamente aumentados no meu olho direito.

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Onde está minha mente( ou, o que há com minha mente).

Seria interessante me jogar em uma cama cheia de cacos de vidros,
sentir o que ninguém jamais sentiu,
e partir em um dia frio e sem sentimentos complexos.

Mas, o que há com minha mente agora?

Andar e andar até os pés sangrarem,
e não encontrar nenhuma fonte de água da vida.

Mas o que há com minha mente agora?


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domingo, 23 de junho de 2013

Inter-invenção

Desordenadamente meus impulsos pulverizam minha ordem e toda minha autoridade.
Com sabor de cores e acompanhado por um drink azul cobalto,
me esparramo em lençóis quentes de um quarto quente de paredes fumegantes.
Sussurros são soprados em meus sentidos e um arrepio,
daqueles que começam pelos pelos das pernas e estacionam na nuca,
buscava o meu selvagem e primitivo eu.
O segui.
Molotovs de fúria e prazer alcançavam meu coração rebelde.
E foi assim que senti,
o frio da noite, as gotas da chuva e todos os meus sonhos e alucinações.

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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Idade mental da morte das ideias.

Me disseram que a revolução tem uma idade certa para acontecer.
E que passando dessa idade não se pode mais fazer a revolução. Por que já se é velho e a revolução só é para os jovens.
Então, eu me pergunto:
O que é ser velho?
O que é ser jovem?
E qual será a idade ideal para alguém ser livre?

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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sobre certas coisas...

Suponhamos que tudo fosse mais fácil, mais tranquilo.
Que apenas alguém nascesse,
e que o rosa ou o azul, não fossem apenas escolhidos como uma definição violenta das regras de uma vivência muitas vezes torturante.
Poderíamos supor que o choro no nascimento, não fosse perpetuo e tão amargo durante toda a vida.
Supomos inúmeras coisas que, somente escravizam e humilham os corpos e os seres.
Definimos padrões de beleza,
regras de conduta,
fobias,
medos,
meninos e meninas...
Identificamos possíveis agressores pelos órgãos que carregam entre as pernas e possíveis agredidos pelo tamanho das roupas que usam e os órgãos que carregam entre as pernas.
Doce e sutil capitalismo...
que mascara até a própria ideia de liberdade e a embala á vácuo e a vende nas prateleiras dos Walmarts da vida.
Suponhamos então que somos livres?
Se até mesmo o capitalismo oferece a melhor forma de liberdade?
Gay.
Hétero.
Bi.
Monogâmico.
Metro...
Realmente somos livres?
Ou só escolhemos o melhor pacote de viagem?


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Drogas para aliviar a dor.

Desperto.
As cinco e meia da manhã todos os dias.
Somente fazem 30 anos de rotina.
Café da manhã.
Roupa passada...
E o meu amor desperta.
Pronta, já lhe entrego uma toalha limpa para seu banho matinal.
Bom dia amor!
...
Agora, estou no chão, caída, depois de um soco.
Amargo, seco, rude ,brutal, autoritário, as seis e meia da manhã, como gesto de um amor que não gostou da marca do café.
Me fecho dentro de mim e vou ler a Bíblia.
Alguns necessitam de certas drogas para aliviarem a dor.

"Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao senhor".
Efésios, 5-22.


St. Cross by Gonzalo Villa jpg.


No fundo, no mais profundo de mim, eu não consigo me olhar quando eu estou me vigiando.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Meus olhos...

Meu corpo está embebecido por algo que não posso somente explicar.
Minha natureza morta e sem cores, sabores, texturas, contornos...
Sem paredes, telas, grades, vozes e vultos.
Transforma meus olhos em um prisma.
Sei lá!
Seria tão fácil se tudo fosse tão fácil. Tão saboroso. Ou, sem expectativas, que é algo a me corroer por dentro e por fora.
Sinto ácido escorrer por entre meus cabelos, meu rosto e meu corpo.
Mas tudo isso é mentira de uma merda de licença poética!
Pois as mulheres do Paquistão e da Colômbia sabem bem o que é perder as virtudes de seus corpos.
De seus cabelos. De suas vidas somente.
As meninas da Somália sabem disso. Sentem isso entre suas pernas.
Os garotos do Irã também sabem disso com uma forca em seus pescoços de corpos tão indecifráveis e frágeis de dor e desrespeito.
Mas tudo isso não te aflige!
Não são seus filhos mortos e nem suas mulheres estupradas!
Meus olhos...de tanta cor agora é só vermelho.

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Não estou omitindo os sonhos nem estou os desprezando, estou dando um tempo, para ver se eles me "pegam" acordado.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Bonjour...

Queria ir para casa correndo e tentar não deixar meus pensamentos me alcançarem.
Dormir,
e não ser carregado pelas asas dos sonhos, que são repletos de citações do subconsciente.
Cantar,
e não sair nenhum som de palavras conhecidas de línguas e harmonia cacofônica.
Sorrir e não mover nenhum músculo.
Ao mesmo tempo de não precisar das palavras escritas.

Silver-spring-monkey




segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O barulho...Infixo

Como somos adaptáveis a qualquer situação...
Embora insuportável, o cotidiano nos torna parte de algo ,até então, distante do nosso convívio "normal".
Como somos adaptáveis a qualquer situação.

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