quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Insatisfação

Sinto sua respiração ofegante no meu pescoço.
Sinto que algumas palavras não foram ditas como realmente queria.
Tenho bigornas na consciência. E agora, elas me parecem mais e mais pesadas.
A vida é realmente útil?
E porque sinto como se a traição dilacerace minhas veias?

                        Vejo cadaveres de pássaros em todo o espaço onde os meus olhos alcançam.
                        Mas, dizem que é normal a natureza morrer rápido e depressa.
                        Bem satisfatório!

Carregava um livro debaixo do braço esquerdo. Ele fede.
Me prometeram que ele me salvaria.
Mas, só me servia como alimento para a mentira que rasgava meu coração.
A vida é realmente uma dádiva de Deus?

                        Eu realmente não sei se eu não desejaria que o meu corpo entrasse em
                        combustão.
                        ...?
                        As lágrimas são pretas quando choramos na escuridão.
                        Alguém ai, dessa platéia sórdida, já se viu por um instante sendo dominado?
                        Tendo seus desejos e seus pensamentos repletos de quereres alheios?
                        Filhos da puta!

Se julgam tão coerentes, bondosos e solidarios.
Mas no fundo apenas querem tragar a minha rebeldia!
Como isso dói!
Como isso me dói!
Até os meus próprios sonhos são dolorosos.

                       Minha caneta...que rasga somente a sencibilidade da folha de papel.
                       Seria encatador , se ela rasgasse também outras sencibilidades.
                       Mas, existirá sencibilidade atravês de pensamentos e corpos aprisionados?
                       Cada vez sinto-me mais perdido e só!

A.L.O.N.E.
Seria uma boa canção!
Mas, não falaria de revolução nem de amores perdidos ou,
qualquer junção vogal que se torna um pleonasmo chato e contínuo.
Estaria viva, a canção, só na boca de um cadaver apodrecido e esquecido em alguma vala do mundo.
Com um tiro na cabeça ou com o corpo estuprado.
É muito para você?
Mude a página!
Feche o livro!
Vá embora, humano estupido e cruel!

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